Quais são os primeiros passos para abrir uma empresa?

Na maioria dos casos começa como um hobbie, um freelance ou, ainda, como um bico para tirar um dinheiro extra no final do mês. Aos poucos, o que era apenas uma atividade secundária começa a ganhar novas proporções. Novos clientes aparecem, os pedidos ficam mais robustos e, inclusive, a exigência por qualidade aumenta. O melhor de tudo: o dinheiro extra passou a ser a sua principal fonte de renda! “Preciso abrir meu próprio negócio”. Esse é um pensamento muito comum nessas ocasiões. No entanto, como dar os primeiros passos nesse sentido?

A dúvida é mais comum do que se imagina, afinal de contas, infelizmente ainda precisamos enfrentar uma série de burocracias para dar início ao sonho. Além disso, o aspirante a empreendedor deve considerar vários aspectos fundamentais em qualquer negócio, como o cálculo do capital de giro, a contratação de profissionais e as novas despesas tributárias e trabalhistas, dentre outros. Se desconsiderar quaisquer um desses aspectos, o empreendedor certamente terá problemas no futuro.

Tendo em vista que grande parte da população brasileira tem o desejo de abrir a própria empresa, a equipe da Organizze resolveu trazer um guia completo para que você dê os primeiros passos nesse sentido. Confira logo a seguir!

Questões burocráticas: um grande obstáculo

No Brasil, o processo para abrir uma empresa envolve pelo menos 13 procedimentos, demorando, normalmente, 107,5 dias para ser concluído, o que acaba deixando o país em 123º lugar em um ranking dos melhores lugares para se fazer negócios. As informações são do relatório “Doing Business 2014: entendendo a regulamentação para pequenas e médias empresas”, divulgado pelo Banco Central e pela IFC (International Finance Corporation). A grande questão é que, apesar da tecnologia, ainda se faz necessária uma série de registros em vários órgãos públicos para abrir uma empresa. Vamos a eles?

Registros e documentação

Em primeiro lugar, verifique se o ponto escolhido como sede da empresa possui autorização da prefeitura para atividades comerciais. Dependendo do plano diretor da sua cidade, existem regiões em que a concessão de alvará de funcionamento não é permitida, pois a área é delimitada como sendo exclusivamente residencial. Concluída essa etapa, confira se o nome e o objeto social escolhidos estão à disposição, passo importante para dar início ao contrato social, em que serão definidas questões como a participação dos sócios, lucros e função social, dentre outros. O documento precisa ter firma reconhecida e assinatura de um advogado.

Por fim, são necessários os registros na Receita Federal, na Secretaria de Fazenda Estadual, na Junta Comercial e na prefeitura. Lembre-se, ainda, de que esse será um momento em que o empreendedor precisa dispor de uma determinada quantidade de verba apenas para o pagamento de todos os trâmites burocráticos.

Profissionais qualificados: regularizando a situação

Outro ponto fundamental a ser observado durante a abertura de uma empresa é o fato de que o empreendedor precisará contar com o apoio de profissionais qualificados para garantir que todo o processo seja regularizado, o que pode evitar uma série de dores de cabeça no futuro. Para começar, o auxílio de um advogado será importante durante a formalização do contrato social, que, além de precisar da assinatura de um profissional da área (exceto em empresas do Simples Nacional), deve ser minuciosamente detalhado para evitar problemas entre sócios ou com a fiscalização trabalhista e tributária.

Além dele, o contador ao cuidar de todos os processos durante a abertura da empresa também assume o seu papel ao definir o melhor modelo de tributação para o seu tipo de negócio, definindo quais encargo recairão sobre as suas atividades, e realizando as demonstrações contábeis, que são úteis para prestar contas com o Fisco e para que os próprios empreendedores tenham a dimensão exata do patrimônio empresarial, como os ativos (recursos aplicados em bens, por exemplo) e os passivos (como as dívidas com bancos e fornecedores).

Gestão financeira: a base de toda a estrutura

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou, em um estudo divulgado no início do ano, que 50% das empresas fecham as portas antes mesmo de completarem 3 anos em funcionamento. O principal motivo para a mortalidade prematura das empresas brasileiras é o fato de que muitos gestores ainda dão pouca importância para o controle financeiro do negócio. Como resolver esse problema? Bom, não é tão difícil quanto aparenta.

Em primeiro lugar, é importante consolidar um planejamento financeiro, que servirá como um norte para todas as atividades da sua empresa. Aqui serão definidos, por exemplo, os objetivos e as metas financeiras para o exercício social: os encargos que serão pagos e o quanto se pretende lucrar no período para que a empresa consiga se sustentar no mercado, além dos planos de ação para conquistar cada uma das ambições.

A formação de um capital de giro é o segundo ponto a ser observado. Esse recurso é o que torna possível a sobrevivência de um empreendimento nos seus primeiros anos, já que ele pode ser usado para diversas finalidades, como custear despesas inesperadas e garantir a liquidez dos recursos financeiros. No caso de empreendimentos embrionários, o capital de giro deve ser criado tendo como base 70% das despesas dos 6 primeiros meses, mais um adicional de 50% para os 6 meses seguintes!

E então, sentindo-se mais seguro para abrir a sua própria empresa? Ficou com alguma dúvida? Deixe nos comentários!

Sistema de controle financeiro

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